segunda-feira, junho 13, 2005

As Escolhas do Jonas - A Crise Contra-ataca

Muito bom dia (ou mau dia conforme as disposições dos demais) e bem-vindos a mais um comentário semanal do Jonas. Penso que (sim, ocasionalmente dá-me para isso) nunca é demais repetir que este espaço não procura concorrer com os novos programas de comentários da RTP (e.g.* Portugal no Coração) ou com as inúmeras telenovelas da TVI (como é o caso do programa Fiel ou Infiel).

A semana que passou ficou indubitavelmente marcada pela descoberta de que vários políticos acumulavam reformas e salários públicos. É verdade que a comunicação social demonstrou vários casos em diferentes campos políticos mas apenas procurou focar o assunto nos ministros do governo PS pois tinha finalmente encontrado alguma coisa para dizer sobre o governo de Sócrates além da famosa frase:
"O governo não será formado na comunicação social nem pela comunicação social. Habituem-se!",
e de supostas preferências do primeiro-ministro para a sua primeira-dama (pensando melhor, quem é que acompanha o Sócrates quando está num jantar de gala? Será o Freitas do Amaral? Ou o Campos e Cunha? Se calhar o melhor é arranjar uma daquelas meninas de Bragança, sempre fazia divulgação do turismo do interior transmontano). A título de comparação, ainda o governo de Santana Lopes não tinha entrado em funções e a comunicação social já sabia de mil e uma histórias hilariantes. Para este governo, a mesma comunicação social demorou mais de um mês para encontrar uma boa história. Devem estar a ficar cegos.
Até aqui, tudo bem. Esta parte não chocou ninguém. Agora quando começaram a fazer conferências de imprensa para justificar a legalidade da situação divulgada (eu trabalhei arduamente durante 6 longos anos no Banco de Portugal, mereço a minha parca reforma por inteiro mesmo que ganhe um salário miserável de ministro. Agora, aqueles salários exorbitantes de funcionários públicos, temos de os cortar. Paciência!) é que eu me parti a rir. Esta situação toda faz-me lembrar um padre a tentar celebrar missa numa rave party. Aliás, já não me ria tanto desde o tempo do Charlot.

Uma outra notícia marcante desta semana e que derivou da anterior foi a pérola oferecida por esse grande comentador político (e nos tempos vagos, presidente da região autónoma da Madeira) quando confrontado com a descoberta de que também acumulava uma reforma com o seu salário (parece que se está a tornar norma entre a classe política. Mamã, já sei o que quero ser quando for grande!). Uma vez que eu ainda estou a 3,8 anos-luz do calibre desse grande Senhor (senhor com letra maiúscula, nem que seja pelo seu tamanho de cintura), o melhor é apenas publicar um excerto do seu comentário:
"Eu vou receber aquilo a que tenho direito (...). Há aqui uns bastardos da comunicação social do Continente, digo bastardos para não dizer filhos da puta, que aproveitaram este ensejo* para desabafar o ódio sobre a minha pessoa."
Quem diria que estas pérolas viriam de um homem que passou 13 anos a fazer o curso de direito na Universidade de Coimbra.

Para acabar, apenas gostaria de realçar a grande notícia desportiva da semana: a grande vitória em Voleibol de Portugal sobre o Brasil, campeão olímpico e mundial, por 3-0. Nem que seja apenas no voleibol, já podemos dizer que os superámos. (Até os comemos!)


Continência e tal,
Jonas

* e.g. - abreviatura da expressão latina exempli gratia, usualmente utilizada na língua inglesa que significa por exemplo. (Esta lengalenga apenas está aqui presente para demonstrar que não fico muito atrás do Marcelo e demais políticos/professores em relação a cultura geral)

* ensejo - ocasião oportuna (Isto agora é só para me gabar)

Sem comentários: